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Foto do escritorSergio Izecksohn

Plug-ins e drivers de áudio: entenda as siglas e as tecnologias


VST, TDM, RTAS, ASIO, AU, AAX, DXi, WDM, WASAPI…Todo mundo que lida com áudio no computador já se deparou com a sopa de letrinhas. Mas, afinal, o que significam estas siglas e o que nós fazemos com elas?

Muito mais importante do que a maioria dos usuários imagina, a escolha correta dentre as diversas tecnologias disponíveis pode fazer toda a diferença. A diferença entre um sistema de gravação que funciona e outro que não funciona, ou que funciona mal.

Vamos conhecer aqui um pouco sobre os tipos de controladores ou drivers de áudio do mercado e também as principais tecnologias de plug-ins com efeitos de áudio e instrumentos virtuais.

Drivers de áudio

Os controladores ou drivers são componentes de software que traduzem as linguagens do computador e de uma interface de áudio ou placa de som. Todo o trânsito do som entrando e saindo do computador é administrado pelo driver, que também interfere em seu processamento. De acordo com o computador, com a interface e com o programa escolhidos, devemos adotar um determinado driver.

Os drivers são fornecidos com as placas de som. Podemos usar mais de um tipo de driver, mas, eventualmente, eles podem entrar em conflito e até paralisar o computador. É comum o fabricante incluir vários tipos de drivers com um mesmo produto e o usuário deve escolher o(s) tipo(s) adequado(s) ao seu caso.

Além da funcionalidade e da compatibilidade com programas e plug-ins, um critério decisivo na escolha do driver é a latência, ou o atraso percebido entre um comando e a sua execução. Por exemplo, se tocamos um instrumento virtual e as notas soam um pouquinho atrasadas, estamos com uma latência perceptível. E alguns drivers têm menos latência que outros.

Vamos a eles:

ASIO (Mac, Windows), ou Audio Stream Input and Output, é provavelmente o controlador de audio multicanal mais popular nos estúdios. Disponibiliza entradas e saídas simultâneas em múltiplos canais e, tipicamente, permite trabalhar em baixa latência. Foi desenvolvido pela Steinberg para seus programas Cubase e Nuendo, mas foi adotado por concorrentes como o Live e o Sonar.

É uma tecnologia mais adequada às situações de gravação ou reprodução multicanal do que aquelas tradicionalmente oferecidas pelo Windows ou Mac/OS, mais voltadas para aplicações estéreo de multimídia. As placas de áudio com suporte para ASIO permitem um rendimento muito melhor das aplicações multipista, com melhor sincronismo entre as pistas de áudio e melhor compatibilidade entre vários dispositivos.

Principalmente, o ASIO funciona como o coração dos plug-ins VST, o que garante a sua popularidade.

ASIO4ALL (Windows), ou “ASIO para todos”, é um driver ASIO genérico de baixa latência e independente de hardware para dispositivos de áudio WDM. Alguns fabricantes de áudio anulam a garantia quando seus produtos são usados com este driver. ASIO4ALL é gratuito para o usuário final. É uma solução para quem está praticando e ainda não adquiriu uma interface com driver ASIO.

Core Audio (Mac) é a conexão do Mac OS X entre os programas e os dispositivos de entrada e saída. Com a latência em torno de 1 ms e suporte a multicanais, a Apple pretende que ele seja o driver de áudio padrão para todos os programas de áudio do Macintosh, para que os desenvolvedores não tenham que estabelecer seus próprios protocolos de áudio e MIDI.

DAE (Mac, Windows). Diferentemente de muitos outros controladores de áudio, este é exclusivo para as interfaces da Digidesign. Ao mesmo tempo um driver multicanal e um aplicativo de áudio, o DAE roda lado a lado com um programa compatível como ProTools, Logic ou Digital Performer. Com o DAE, podemos rodar plug-ins RTAS e/ou TDM sem precisar de outro programa.

Direct I/O (Mac, Windows). De modo semelhante ao DAE, o Direct I/O era usado para a comunicação com as interfaces da Digidesign. Só que ele não é um aplicativo, mas simplesmente um driver de áudio multicanal.

WASAPI (Windows), ou Windows Audio Session API, foi implementado a partir do Windows Vista. API, de Application Programming Interface (ou Interface de Programação de Aplicativos) é um conjunto de rotinas e padrões estabelecidos por um software para a utilização das suas funcionalidades por aplicativos que não pretendem envolver-se em detalhes da implementação do software, mas apenas usar seus serviços.

Cada fluxo ou stream de áudio é um membro de uma sessão de áudio. Através da sessão de captação, um cliente WASAPI pode identificar um fluxo de áudio como um membro de um grupo de sequências de áudio relacionadas. O sistema pode gerenciar todos os fluxos na sessão como uma única unidade.

Cada fluxo de áudio é um membro de uma sessão de áudio. Através da sessão de captação, um cliente WASAPI pode identificar um fluxo de áudio como um membro de um grupo de sequências de áudio relacionadas. O sistema pode gerenciar todos os fluxos na sessão como uma única unidade.

O mecanismo de áudio é o componente de áudio do modo de usuário através do qual os aplicativos compartilham o acesso a um dispositivo de áudio. O mecanismo de áudio transporta os dados de áudio entre um buffer, que é uma memória intermediária, e um dispositivo, como uma placa de som. Para reproduzir um fluxo de áudio por meio de um dispositivo de processamento, um aplicativo periodicamente grava dados de áudio em um buffer de processamento. O mecanismo de áudio mistura os fluxos dos diversos programas. Para gravar um fluxo de áudio a partir de um dispositivo de captura, o programa lê periodicamente dados de áudio de um buffer.

WDM/KS (Windows), iniciais de Windows Driver Model/Kernel streaming, foi desenvolvido pela Microsoft no final dos anos 1990. Assim como o ASIO, é um tipo de controlador de áudio multicanal. Os usuários de placas onboard no PC (ou SoundBlaster) com este driver poderão usar plug-ins de efeitos DirectX e instrumentos DXi, inclusive em tempo real, com latência relativamente baixa. Isto permite monitorar e gravar efeitos ao vivo durante a gravação de vozes e instrumentos.

Plug-ins de efeitos e instrumentos

Um plug-in é um software que adiciona funcionalidade a um outro programa maior. Pode ser da mesma marca ou até de um concorrente. Como um acessório, uma vez instalado, passa a fazer parte do menu de funções do programa que o acolhe.

Existem plug-ins para artes gráficas, navegação na internet, áudio e outros. Na área da produção musical temos duas categorias: efeitos sonoros (eco, equalizador, compressor, redutor de ruídos) e instrumentos virtuais (baterias, samplers, sintetizadores). Eles podem funcionar “ao vivo” ou na edição do áudio.

De acordo com os programas e computadores que usamos, temos diversas tecnologias:

AAX (Avid Audio eXtension) (Mac, PC) é o novo formato avançado de plug-ins da Avid, oferecendo, segundo a empresa, melhores fluxos de trabalho e paridade de som quando partilhando sessões entre DSP-acelerados e nativos com base em sistemas Pro Tools. É compatível com 64 bits.

O formato vem em dois sabores:

• AAX DSP – compatível apenas com o Pro Tools HDX (o sistema TDM não é compatível com o Pro Tools HDX)

• AAX Native – compatível com qualquer sistema rodando o software Pro Tools / Pro Tools HD 10

A Avid anunciou que todos os seus plug-ins estão sendo transferidos para o AAX – muitos já estão disponíveis e muitos plug-ins de áudio de terceiros também estão disponíveis em formatos AAX.

Estes plug-ins TDM não são compatíveis com AAX:

• Dolby Surround Tools

• Line6 Amp Farm

• Line6 Eco Farm

• plug-ins TDM da TC Electronic

Versões AAX de plug-ins da Avid vêm incluídas com o Pro Tools 10 e Pro Tools HD 10. Para plug-ins TDM que ainda não foram transferidos para o AAX, podem-se usar as versões RTAS com o Pro Tools | HDX neste ínterim.

Havia três tipos de plug-ins do Pro Tools: AudioSuite, RTAS e TDM (este exclusivamente para sistemas Pro Tools HD). Com o Pro Tools 10, vemos um novo formato de plug-in: AAX.

Em versões anteriores do Pro Tools HD, você poderia optar por inserir plugins TDM ou RTAS em uma trilha. Muitos plugins tinham as duas versões, TDM e RTAS (embora a versão TDM fosse, geralmente, um pouco mais cara).

A principal diferença entre os dois é que os plug-ins TDM rodam nas placas aceleradoras que são parte do sistema HD. Essas placas possuem chips que multiplicam o poder de processamento do computador e podem ser usadas para lidar com processamento de plugins TDM e o próprio Pro Tools. Plugins RTAS usam o processador nativo do seu computador (CPU). O computador sozinho pode não suportar processar ao mesmo tempo o áudio, os plug-ins de efeitos, executar instrumentos virtuais etc.

RTAS e TDM agora estão se tornando formatos ultrapassados – ainda com suporte, mas por quanto tempo?

DirectX (Windows). O formato de plug-ins DirectX (ou DX) de áudio é um subconjunto da tecnologia DirectX desenvolvida pela Microsoft para aplicações de multimídia no Windows. Os efeitos podem ser aplicados em tempo real ou durante a edição do áudio.

DXi (Windows), que significa “DirectX instrument”, é a tecnologia DirectX aplicada a plug-ins que representam instrumentos musicais, como um sampler ou um sintetizador, que podem ser anexados a um programa sequenciador/gravador como o Cubase ou o Sonar para serem tocados e sequenciados como os teclados “de verdade”.

AU ou Audio Units (Mac). Formato de plug-ins de efeitos e de instrumentos do Mac OS X. Assim como no caso do Core Áudio, a Apple deseja tornar o formato Audio Units um padrão para o Macintosh. Entretanto, alguns fabricantes relutam em adotá-lo e preferem desenvolver os seus próprios formatos.

RTAS (Mac, Windows). Real-Time AudioSuite é um formato de plug-in da Avid usado no Pro Tools. Diferentemente do TDM (abaixo), o plug-in RTAS opera dependendo do poder de processamento da CPU, não de processadores extras. Está sendo substituído pelo formato AAX.

TDM (Mac, Windows) ou Time Division Multiplexing é a tecnologia que permite que o áudio do ProTools HD seja processado através dos processadores DSP adicionados ao computador através de placas de expansão PCI-E. Os plug-ins TDM, ao contrário dos demais, são processados por esses chips DSP, e não pela CPU, o que alivia o processamento do áudio e torna o ProTools HD mais robusto que os concorrentes. Plug-ins TDM só rodam no Pro Tools HD e, por isso, costuma ser mais caros. Estão sendo substituídos pelo formato AAX.

VST e VSTi (Mac, Windows). Virtual Studio Technology ("tecnologia do estúdio virtual") é a expressão criada pela Steinberg para descrever seu formato de plug-ins de efeitos e instrumentos. VST se refere, em geral, aos efeitos e VSTi, aos instrumentos. Existe uma grande quantidade desses plug-ins e eles são aceitos, além dos programas da Steinberg (Cubase e Nuendo), por concorrentes como SONAR, FL Studio, Acid, Reaper e Ableton Live, os estúdios virtuais.

Uma estação de trabalho ou estúdio virtual com suporte a VST costuma ter uma pasta chamada “vst” ou “vstplugins”. O endereço desta pasta é confirmado na instalação de todo estúdio virtual. O programa verifica essa pasta e todos os plug-ins que estiverem nela são automaticamente reconhecidos e estão disponíveis para uso.

Se usarmos mais de um estúdio virtual, basta indicar, na instalação de cada um deles, a pasta “vst” original onde todos os plug-ins já estão instalados. Assim, se você, por exemplo, já tinha o Cakewalk SONAR e depois instalou o Ableton Live, basta, na instalação, indicar para o Live a pasta que está dentro do diretório do SONAR, por exemplo, em <C:\Program Files\Cakewalk\Vstplugins>.

Cada novo plug-in VST instalado nessa pasta estará disponível para todas as estações de trabalho, bastando repetir a verificação de plug-ins. Esta pode ser automática, realizada a cada reinício do software, ou executada manualmente, após a instalação do novo plug-in. Esta última prática evita o desperdício de tempo na abertura do programa, todos os dias, quando seriam verificados os mesmos plug-ins. A grande popularidade da tecnologia VST se deve ao fato da Steinberg, a empresa criadora, disponibilizar gratuitamente as ferramentas de programação para qualquer desenvolvedor e autorizar qualquer outra empresa a lançar novos estúdios virtuais compatíveis com o VST.

A FXpansion Audio produz um conversor VST para RTAS que permite o uso de plug-ins desenvolvidos em ambiente Steinberg dentro do Pro Tools, expandindo as capacidades de processamento da estação de trabalho. A FXpansion afirmou que um conversor RTAS para VST não pode acontecer “por razões técnicas e legais”.

Conclusões

Assim, se você tem uma placa de som para estúdio e usa Windows, na maioria dos programas o driver mais recomendado é o ASIO e os plug-ins, VST/VSTi. Isto se aplica aos programas Cubase, Nuendo, WaveLab, SONAR, Ableton Live, Sound Forge, Fruity Loops, Reaper, Acid e muitos outros.

Se ainda não tiver a placa de som, o jeito é arriscar o driver ASIO4ALL para poder usar os plug-ins VST/VSTi. Senão, use os plug-ins DirectX e DXi com driver WASAPI ou WDM e torça para não ter muita latência no áudio.

Se você usa o Logic no seu Mac, as coisas são mais simples e é só usar plug-ins da tecnologia AU. Até a interface de áudio onboard está em condições de trabalho e as outras interfaces costumam ser instaladas sem dificuldades.

Se o seu programa é o Pro Tools ou o Pro Tools HD, fique atento à transição das tecnologias RTAS e TDM para a atual AAX.

Atualize-se dentro das suas necessidades e faça boas escolhas!

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